Ontem, à medida que atravessava parte da gare do Oriente com um indisfarçável (e porquê disfarçar?!) ar de felicidade estampado na cara e um ramo de margaridas na mão, ia sorrindo às imensas pessoas que me sorriam e que até, pasme-se!, me dirigiam umas quantas palavras...

Estranhamente, há apenas três semanas, enquanto eu era atacada por um homem no mesmíssimo comboio que apanhei ontem, nenhuma das quatro ou cinco pessoas que viajavam na mesma carruagem fez um gesto, disse uma palavra...

Não sei o que pensar disto...

Há bocado, enquanto me aprontava para a festa e nos únicos minutos só para mim que tive hoje, fiz o balanço do ano que passou... Não foi fácil. Mas foi fantástico! Porque há coisas que mudam tudo.

Agora vou esperar os Amigos que estão quase a chegar e, contrariamente ao que diz o famigerado ditado, sentir muito a falta de quem não está... E vou festejar, festejar o quão feliz fui no ano que termina e festejar o novo ano cheio de possibilidades que vai começar...

Vai ser bom - eu sei! =)

*BEIJOS*

Para quem não sabe, eu adoro o Natal! Gosto do frio, das luzes, do calorzinho de alma e até da azáfama das compras, da preocupação de comprar o presente certo que vai fazer aquela pessoa sorrir...

Este ano, porém, todo o espírito de antecipação do Natal foi-se - simplesmente não houve tempo. As aulas, os trabalhos e o inferno escolar acabaram no dia 18 e dia 19, pouco depois do almoço, lá partia eu para uns muito esperados e planeados quatro dias por Fão (terra minhota) com três pessoas muito especiais. Talvez fale depois destes dias mágicos. The point is que quando voltei, ainda a habituar-me à realidade, o Natal caiu-me em cima! Toneladas de coisas para fazer e muito pouco tempo para todas... Na realidade não interessou, na noite da consoada tudo estava pronto, tudo organizado: a lareira acesa, a mesa posta, os aperitivos servidos e, mais importante que isto, as pessoas reunidas a festejar amor, família e partilha. Foi maravilhoso..., como acaba sempre por ser.

Foi também um Natal diferente. Pela primeira vez desde que me lembro, festejámo-lo em casa dos meus avós porque ao meu avô Ju, ainda com a saúde debilitada por causa do AVC sofrido em Setembro, não lhe dava jeito andar em viagens; acho que também sentimos especialmente isso este ano: a graça de estarmos todos juntos. E depois, também pela primeira vez, senti muito a falta de alguém que não estava comigo. O Natal é, por definição, a festa da família - daquela que nos deram e daquela que vamos escolhendo. Esta última é feita de Amigos especiais, de pessoas fabulosas que temos sorte em ter. Falei com todos eles antes da ceia (a véspera de Natal sempre me soube mais a Natal, ainda que só abra os presentes na manhã do dia seguinte...) mas, desse Amigo que não sendo da so-called família também não é somente Amigo, ficou aqui um buraquinho... Um sabor a agridoce que nos lembra das pessoas que amamos.

Espero que tenham passado um Natal muito feliz e cheinho de coisas boas...