"Por mares nunca dantes navegados..."
domingo, outubro 31, 2004
 
Happy Hallowe'en!!
(voices in the backround) Trick-or-treat?? Trick-or-treat?? Trick-or-treat??

BUUU!!!

(Elwen with a pointy black hat strolles away)

domingo, outubro 24, 2004
 
Let's start over,
...shall we?

O Low Rider (estive quase quase para escrever "o Sr. Administrador" mas depois lembrei-me que há piadolas que chocam demais com uns tais de princípios que tenho...!) andou p'aqui em mudanças e tal... Vamos lá ver se a reforma dá um boost à malta e (re)começamos...

*beijos*

segunda-feira, outubro 04, 2004
 
This is your day...
Hoje comemora-se mais um Dia Mundial do Animal.

Confesso que ponderei a questão de escrever ou não sobre este assunto. Parece-me que muito do que se escreve, muito do que se diz, soa a demagogia - uma catrefada de palavras bonitas e acertadas, que tanto jeito dão dizer, mas que mais do que a soarem a ocas, são-no.

Deeds not words.

Estou triste. Não sou uma pessoa pessimista nem especialmente dada a más ondas. No entanto, neste dia, é impossível não sentir desalento, desânimo; é-me impossível afastar este estado de abatimento, de cansaço, de falta de esperança... Ninguém liga, ninguém quer saber...

(sigh)

Nos outros dias todos, vejo a criança que afaga o seu primeiro cachorro, o rapaz que corre pelo relvado com o cão, a mulher que chega a casa e conversa com o gato, o senhor que olha embevecido para o novo vitelo, a senhora que agradece com um sorriso o canto dos pardais na árvore por onde passa.
Hoje só consigo ver o cão que passa anos acorrentado, sem um sorriso, sem uma festa; as vacas, as cabras, os porcos, as galinhas, a carne criada desumanamente para carne; o coelho, o gato, o macaco que choram de dor só porque alguém quer um novo shampoo. Os touros deixados a morrer num curro ou que sofrem porque demora a chegar a morte numa série de estocadas de fraca pontaria. As chinchilas esfoladas vivas para que uma qualquer senhora possa passear-se de casaco de peles. Os gansos a quem explode o estômago porque é preciso enfiar mais comida - afinal, o bom foie gras faz-se de fígados bem gordos. Os vitelos de semanas tirados às mães e presos em celas onde não se podem mexer: é que a carne mais tenra consegue-se dos músculos menos trabalhados. Os ursos com cânulas sempre abertas implantadas, a frio, até ao pâncreas com o único propósito de que um chinês ou ocidental possam ter a ilusão de combater a sua impotência sexual.
Podia prosseguir com as histórias para sempre. Podia estar aqui um dia inteiro a apresentar factos, números. E para quê?


Sei que faço alguma coisa. Digo-o sem presunção porque, apesar de tudo, acho que podia fazer mais. Muito mais. Ainda assim digo-o - no que, muitas vezes, me parece um exercício de auto-aplacamento de sentimentos de culpa manhoso... Posso?
Tenho cães e trato deles o melhor que posso e sei. Nunca me escusei a ajudar um cão que aparecesse à minha porta e nunca o deixei sem casa e família. Já tratei de pássaros caídos de ninhos, de vitelos sem mãe, de pombos que apareceram a esvoaçar na Biblioteca do liceu (!). Não como vitela, leitão ou cabrito. Cá em casa sabemos de onde vem a carne que consumimos (vantagens do campo) e sabemos que, até morrerem, estes animais viveram o melhor possível. Não mato moscas, melgas, abelhas, vespas nem qualquer outro insecto sem primeiro procurar uma solução pacífica i.e. o afastamento de uma das partes. Também nunca matei uma cobra, um lagarto ou uma osga; prefiro perder um bocado de tempo a persegui-los até os agarrar e levar para outro lado. Re-coloco ouriços-cacheiros que se enganaram no trajecto e escolheram o meu jardim para umas férias. Não tenho pássaros ou qualquer outro animal enjaulado, com excepção do Margarido, um peixinho de aquário resgatado da decoração de um casamento. Grito com toda a gente que defende as touradas. Nunca fiquei calada perante uma situação de que discordasse, nunca fui conivente com um facto que condenasse.
E depois há a questão de fazer coisas como falar com todo e qualquer bicho que encontre ou ficar sorridente a olhar um passaroco que cantarola. Por tudo isto, tenho a slight suspicion de que a maioria das pessoas me considera louca ou, na melhor das hipóteses, um nadinha excêntrica... Normalmente não quero saber. Mas hoje frustra-me que assim seja! Mas só hoje...
...Amanhã voltarei a abanar a cabeça, a sacudir os ombros e a seguir em frente a pensar na criança, no rapaz, na mulher... Voltarei a fazer alguma coisa convicta de que se tem que começar por algum lado e que todos os gesto do matter. A gritar para mim mesma nomes feios cada vez que me sentir injustiçada e incompreendida e a mandar metade deste mundo passear. E a acreditar piamente que tudo vai mudar.

*beijos*

P.S.: Desculpem qualquer excesso e qualquer inconsistência do texto. Estes assuntos deixam-me sempre ou extraordinariamente triste ou positivamente violenta. E, invariavelmente, fora de mim...


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